Origens do Yoga



O  Yoga surgiu na India a mais de 10 mil anos, originado do Tantra e dos Vedas.
O conhecimento proveniente dos Vedas foi  passado através de ensinamentos verbais (Vedas=sriti significa aprender memorizando) para a população.
Proliferando-se entre o povo primitivo que existia na terra naquele período, hordas de pessoas desciam para o sul do continente vindo de toda Europa e Ásia, misturando-se aos nativos, criando novas culturas e desenvolvendo práticas pessoais de desenvolvimento espiritual.
O Yoga é um ramo das práticas xamânicas dos povos primitivos da Índia e pertence ao principal grupo cultural deste país assim como os Vedas. Estes povos, dentre eles os Arianos que vieram do norte, colonizaram a região e estabeleceram-se as margens do Rio Sarasvatî e logo após, o Rio Ganges. O Sarasvatî é amplamente sitado no Rig Veda, mas não existe mais, desde 1900 a.c. por ter sido catastroficamente esgotado pelos povos da civilização do Indo-Sarasvatî que ali floresceram e habitaram em suas margens.
Estes arianos védicos falavam dialetos da língua indo-européia, são aparentados com os celtas, persas e godos e fazem parte dos povos que tiveram sua língua originada na Eurásia.
O yoga não nasceu do asana e sim da meditação, não se originou de exercícios mas sim da busca da divindade e unidade em nós.
O Yoga-Sûtra de Patanjali: caminho óctuplo conhecido também como caminho de oito membros: disciplina, autocontrole, postura, controle da respiração, recolhimento dos sentidos, concentração, meditação e êxtase. demonstra a realização através de práticas purificadoras do espírito, que estão na forma de textos direcionados a jornada interior, formando os caminhos meditativos para isso: 

        Agora a exposição do Yoga
        O Yoga é a contenção das flutuações da consciência
        Então Aquele que Vê subsiste em forma essencial
        Em outros momentos conforma-se as flutuações
        As flutuações são cinco; aflitas ou não-aflitas
        Os cinco tipos de flutuação são: conhecimento,
        concepção errônea, conceitualização, sono e memória...(...)
                                     Samâdhi-Pada (Capítulo sobre o Êxtase)

                       
Os sutras são suportes mentais para a realização do samadhi, "o êxtase" através da prática diária da atenção em nossas atividades meditativas.
O surgimento da prática "física" do yoga aparentemente se iniciou com o Tantra, teria sido criado por Sadashiva que teria unido os livros Védicos, magia, xamanismo, yoga e  originado o Tantra Yoga. 
Originado destas duas filosofias: Vedas e Tantra, o yoga recebeu influências dos Vedas arianos que eram versados em  magias naturais ligadas a fenômenos esternos citados no Rigveda, Samaveda, Atharvaveda e Ayurveda que engloba o cotidiano místico da diversidade cultural da Índia na alimentação, fitoterapia, medicina, dança, religião, música etc.
Já os nativos indianos chamados "ostrics" acreditavam em suas potencialidades internas e eram meditadores contumases e místicos nativos.
Segundo alguns autores e especialistas no yoga, o Tantra teria sido criado por Sadashiva ou simplesmente o Senhor Shiva (um dos componentes do trimurti indu que se inicia com Brahma 'o criador', Vishnu 'o mantenedor' e Shiva 'o destruidor' ) para adequar o indivíduo ao período que se iniciou com a era que estamos hoje em dia; Kali-yuga, a era das trevas onde predomina a ignorância e a discórdia entre os homens e que segundo os Vedas teve início por volta de 3.102 a.c.
Segundo os Pânditas esta data coincide com o final da grande guerra relatada no Mahâbhârata, guerra de Kurukshetra (Pandavas contra os Kurus) que tem Krishna (seg. Héracles - Krishna viveu 138 gerações antes de Alexandre da Macedônia) e o príncipe Arjuna entre seus personagens.
Estas eras são no total de 4 e duram em torno de 40 mil anos. Uma nova forma de buscar a realização era nescessária e então surgiu um novo meio de  espiritualidade pós védico que subistituiria os inários do Rig-veda, Sama-veda, Atarvaveda e Ayurveda como fórmulas de ascesse espiritual e ritualístico.
O Tantra originou o Hatha-Yoga, mais precisamente com Goraknath, discípulo de Matsyendranath que por sua vez teria sido discípulo de Shiva. Goraknath foi criador da ordem dos Kanphata-yogis que contém diversos textos entre eles: Hatha-Yoga-Padipika, Gheranda-Samhita e o Shiva -Sanhita que são livros de diversos autores entre eles o próprio Shiva.
O yoga reflete a necessidade do indivíduo de buscar  sua divindade (unidade) pela unificação de dois elementos que se opoem mutuamente no universo que é ha e tha ou yang e yin ou positivo e negativo. Esta dualidade existe em tudo e todos em um ecossistema qualquer da terra e é o que nos prende a um conceito racional errôneo da realidade, que é o centro das ações e dos pensamentos.
Os métodos para superar esta dualidade que nos prende eternamente ao "samsara" (a roda da fortuna - do  tarô) em intermináveis reencarnações materialistas e sofredoras é a meditação, pranayama, asanas, krias, mantras e alimentação concretizando o principal objetivo de seus ensinamentos que é o "sâmadhi" o estase.  O estase vem a ser a culminância das religiões e dos cultos - "explodir o néctar de sumshuna no sexto ou sétimo chakra".
Mas não é tão simples assim, deve-se despir a consciência materialista e desobstruir as percepções dos sentidos e da nossa "realidade" superar Maia, a “ilusão”. Encontrar o "eu" verdadeiro desfazendo-se de conceitos sociais pré estabelecidos que acabam por engolfar o indivíduo eternamente na relação de "ir e vir" do nascimento e morte.
Maya é ilusão que mantém todos a nós prisioneiros em uma concepção da realidade que desaparece quando “despertamos”.  A  existência é transitoriedade, tudo o que nasce está condenado a perecer, este mundo é fenomênico e por sí mesmo irreal. Maya manifesta-se através de dois poderes em todos os seres vivos:  Avarana e Vishepa Shakti. Avarana (encobrir)  é o poder de velar ou encobrir a verdade e Vishepa é o poder de projetar (a capacidade criativa da mente). Ex.: Quando uma criança nasce não sabe quem é porque o primeiro poder de Maya encobriu sua visão divina. Então os pais lhe dão um nome, e a criança aprende a escutar e responder a este nome, identifica-se com ele e aprende a pronunciá-lo. Quando perguntamos a esta pessoa quem  é, ela dirá eu sou João, Maria, José. O nome adquirido é uma projeção aceita pela pessoa. O segundo poder de Maya, Vishepa (projetar), manifesta-se quando por exemplo você está caminhando na floresta e ao longe percebe através de sua visão uma cobra enrolada, quando se aproxima descobre que é simplesmente uma corda, assim manifesta-se Vishepa Shakti encobrindo a percepção, até o momento da sua aproximação da corda, sua percepção do que está no chão permaneceu na cobra, então você achou  que  era  uma cobra. Uma história exemplifica bem o que é Maya: Um  praticante foi ao encontro de Brahman para conhecer Maya. Quando o deus aparece, pede ao  discípulo que vá até o rio e traga - lhe um pouco de água, o brahman(sacerdote) vai contente pois deseja conhecer o espírito de Maya. Mas no caminho encontra uma bela moça que lhe sorri, segue-a, conhece seus pais e lhe pede em casamento.  A vida do casal transcorre feliz, e o lar é abençoado pelo nascimento de um filho. Um dia, a criança, brincando, chega a beira do rio. Uma serpente a morde e o menino morre. O brahman (sacerdote) senta-se a beira do rio e chora desconsoladamente pela morte do filho. Então o deus Brahman se aproxima e lhe diz: “Que estás fazendo? Faz meia hora que te pedi para me trazer um pouco de água.”  O praticante postado a reverenciar Brahman exclama: “Senhor que grande é o poder de Maya”. Neste momento todas as imagens se desvaneceram; era como um sonho: o sonho da vida o sonho das formas que nascem e morrem. Esta história mostra que Maya é Anyvarkanyya (inexplicável). Quando vamos explicar já entramos dentro do seu jogo. Quando saímos não podemos explicá-la.  
        
Evidentemente primeiramente o yoga aqui praticado servirá para amenizar e melhorar a atividade motora, reduzir o stress da vida diária, aprimorar a alimentação e modificar as nossas vidas atento a nossa temporização biológica, para que galguemos níveis elevados de consciência, nos desconectando um pouco do "ego" ou simplesmente compreendendo-o da melhor forma possível. O indivíduo deve livrar-se do eu, do ego, que traz os apegos materiais, medo da perda ou separação. Sentimentos egoístas, falta de religiosidade (exteriorização) pânico, distúrbio obsessivo compulsivo, depressão, distúrbio de atenção, obesidade, stress são só algumas das patologias tratadas pela metodologia do hatha yoga.     
A meditação leva a este caminho também - "o esvaziamento" livre de pensamentos. Conceitos e preconceitos, inutilidades mentais e enchurrada de conceitos descontrolados desaparecem com o tempo - modifica-se até o tempo, chega-se a compreensão do todo.
Sair da atividade temporal constante que nos joga através dos "pensamentos", em momentos no futuro em outros, no passado, mas raramente estamos no presente. 
Os asanas vão agir desobstruindo os caminhos, tonificando nossas vidas restabelecendo o brilho nos olhos, a ventilação descansada o andar fácil a flexibilidade de pensamentos, a compreensão de tudo, os "espíritos são despidos" a intuição torna-se aliada a comida não é mais objeto de consumo as vestimentas são detalhes do dia a dia em que o indivíduo não mais será produto, número ou escravo de uma sociedade que enlata pessoas em apartamentos enquadrando seus cérebros e empanturrando suas barrigas.
Yoga significa união com a consciência cósmica. Consiste em uma psicotecnologia que por meio de disciplinas psicofísicas aprimora o modo de vida dos indivíduos. É uma tradição "iniciática" porque é governada pela ideia da progressiva transcendência da personalidade egoica humana.

Suas ramificações mais conhecidas são:

Jnana yoga - Yoga do conhecimento;
Bhakti yoga - Yoga da devoção;
Karma yoga - Yoga através da ação desinteressada;
Hatha yoga - Yoga para o corpo incluindo posturas, exercícios de respiração e técnicas de purificação;
Raja yoga ou Astanga - Nome dado aos oito ramos do yoga: yama e niyama (ética), ásanas (posturas), Pranayama (controle da força vital através da respiração), pratyahar (abster-se do mundo esterno), Dharana (concentração) dhyan (meditação) e samadhi (absorção na meta);
Kriya yoga - Através da limpesa do corpo e mente, alcançar a auto-realização;
Mantra  yoga - O som como veículo de transcendência;
Yoga Integral - Uma visão moderna do yoga que se opõem ao ascetismo.

Algumas escolas de yoga dão  importância excessiva a pronúncia da palavra yoga. Em alguns estados do norte e oeste da India, devido ao sotaque, pronuncia-se "iôg". Apesar de grafado com os mesmos caracteres a pronúncia se modifica em outros estados "Djôg". Na India isto acontece devido a influência de pronúncias dos diversos Vedas. Nas regiôes onde há maior influência do Tantra como no leste do país, a pronúncia é "Diogo". 
Em sânscrito a letra "y" no início da palavra tem o som de "dj", como, por exemplo, a palavra "yama" deve-se dizer "djama" e "yantra" (djantra); da mesma forma, sua pronúncia correta é "i", exemplo: Niyama e Viyôg.

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