O Monge Rebelde

O caminho está oculto


                                              “A transformação não está no futuro, ela só pode realizar se agora, momento por momento, Se rodeados que estamos de tantas coisas falsas, percebemos sua falsidade, momento por momento, haverá transformação.”
                                                                                                                         Jiddu Krishnamurti 

A mitologia da India possui um vasto estudo espiritual, galgado na “experiência” de seu povo.
Atravez de muitos milhares de anos as obras Védicas, relatam todo um complexo sistema de filosofias espirituais que originaram a maioria do que se sabe hoje, sobre tudo o que não podemos “enxergar”, com nossos “olhos físicos”, pois dizem respeito a espiritualidade, medicina e diversos outros ramos da sociedade oriental hindu inescrutáveis na observação e no aprofundamento da morte.
Os olhos físicos limitam-se pelas impressões ilusórias e peliculares que impõem-se a verdadeira realidade.  A capacidade de olhar e perceber depende de treinamento e a visualização criativa desinteressada abre horizontes jamais percorridos por pessoas comuns e desatentas.  
A diferença entre as filosofias orientais e a filosofia ocidental principia na profundidade de seus conhecimentos, buscas e "experiências com a alma", sempre percebendo que a matéria não limita os anseios do nosso mais íntimo elã vital, de conectarmos a unidade primordial. Esta conexão é um acontecimento semelhante a morte, uma passagem estreita da espessura de um fio de cabelo. O orientalismo chinês e hindu caminharam em direções semelhantes, percebendo que algo se esconde por trás da meditação, que possibilita através do esvaziamento e busca do centro, que o homem encontre a felicidade suprema. O centro literal é o centro da coluna cervical humana, o centro Sunshuna nadi o canal do meio.   
Os ocidentais muito pouco experienciam a espiritualidade a não ser pela oração e devoção. No ocidente o conhecimento por exemplo: sobre nadis (tubos da espessura de fios de cabelo que atravessam o corpo energético e são em torno de 72 mil  a 140 mil ramificações que nascem do centro do corpo na região 4 dedos abaixo do umbigo) não existe, não se tem conhecimento de alguma publicação de qualquer texto sobre o assunto, que não tenha sido influenciado pelo Yoga ou tenha buscado suas raízes, devido a igreja dogmática, a medicina foi impedida de aprofundar as pesquisas médicas em qualquer área, como anatomia e fisiologia, então os primeiros médicos ocidentais sofreram e foram perseguidos por suas experiências médicas em cadáveres roubados das sepulturas. Sendo que um notório livro de anatomia de Galeno avia surgido mas com dissecações de animais e não de humanos, mais precisamente cães, gatos e porcos.
Campos energéticos circulares chamados de chakras, são atravessados pelos nadis e centralizam-se na região da medula espinhal e são desconhecidos na medicina ocidental.
Apenas recentemente a Acupuntura foi adotada nas terapias ocidentais de cura (ou suprimida por interesses práticos monetários).
A medicina acadêmica ocidental tem forte resistência em aceitar os métodos usados em curas na Índia, China, Japão, Coréia, e terapias indígenas, baseadas em experiências xamãnicas, curas naturalistas fitoterápicas, e processos de cura mediúnica. Apesar destes conhecimentos terem sido exaustivamente testados por rishis, maharishis, sanyasins e yogues cujo o papel na espiritualidade e desenvolvimento humano é nebulosamente desconhecido pelos mesmos.   
Existem capacidades paranormais naturais que não desenvolvemos pois ofendem o senso de realidade e confundem nosso comportamento principalmente devido a sincronização imitativa da sociedade, fazendo com que permaneçamos coletivamente dentro dos padrões. Quais padrões? Passamos uma existência respondendo aos relacionamentos alimentando-nos com aquilo que nos é permitido conhecer,  subjugados em uma organização social controlada pelo dinheiro. Isto faz com que nossas opções sejam logicamente regionais, e que as escolhas religiosas sejam as mesmas dos nossos pais e avós, este processo imitativo é o sustentáculo da sociedade atual, somos organismos vinculados a um grande grupo capitalista de consumo e trocas financeiras dependentes dos recursos naturais, extremamente poluidora e carnívora. Seguimos tranquilamente nossas vidas ilusórias cometendo erros coletivos e não compreendendo nossa verdadeira missão. Somos uma mescla de seres animais primitivos com uma incrível inteligência livre porém confluída muitas vezes para o caminho da estupidez.
A definição do ser humano fornecida pelo Agente Smith, inimigo de Morfeus no filme Matrix é um trágico exemplo do que parecemos ser: 

"Eu gostaria de te contar uma revelação que eu tive, durante o meu tempo aqui.
Ela me ocorreu quando tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são mamíferos.
Todos os mamíferos do planeta instintivamente entram em equilíbrio com o meio ambiente.
Mas os humanos não. Vocês vão para uma área e se multiplicam e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos.
A única forma de sobreviverem é indo para uma outra área.
Há um outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão.
Você sabe qual é?
Um vírus."        

Somente se aprimorarmos nossa maneira de “ver”, poderemos enxergar o que está por trás das máscaras ilusórias do corpo físico, passando a observar a aura interna e externa. Em seu primoroso livro: Mãos de Luz, Barbara Ann Breeman demonstra que se ativarmos esta visão do terceiro olho, com exercícios simples e meditação, poderemos, ao olhar uma pessoa, perceber suas nuances áuricas que desprendem da superfície do corpo, associando e discernindo entre diversos estados emocionais e mentais que aparecem como cores, nuvens e campos energéticos que se fixaram na pessoa durante sua vida, e estão agregados a personalidade. Estas nuvens, são sementes para doenças psicofísicas.  
A maneira de visualização paranormal nasce da abertura do “terceiro olho”, conhecido entre os hindus como Shivanetra ou Olho de Shiva, a abertura espiritual entre os dois olhos físicos, entre as sobrancelhas, acorda a terceira visão e nos permite ter a “visão real das coisas”.
Sem esta “experiência” é impossível ter uma visão destes elementos do corpo energético.
Não adianta abrir o corpo de alguém e tentar achar estas conexões energéticas ligadas ao corpo biológico, muitos tentaram e não acharam nada!
Não é desta maneira que se enxerga “para acreditar”! A concentração, meditação e o conhecimento é o único caminho.
Huan Di, um dos três lendários imperadores celestes, conhecido também como “Imperador Amarelo”  escreveu uma vasta obra de Acupuntura intitulada: Nei Jing, “Tratado do Interno” nesta obra clássica milenar da escola Nei Jing, é abordada toda a estrutura interna dos principais canais invisíveis, que conduzem a energia conhecida como prana pelos indianos, chi para os chineses, ki para os japoneses, orgônio para os psicanalistas reicheanos, ou qualquer termo que exemplifique a presença de uma energia vital, que anima e percorre não somente nossos corpos, está em tudo!
A saúde segundo a acupuntura existe quando estes canais se encontram “descongestionados” permitindo que a anergia vital flua no corpo todo. Huan Di, era conhecido por sua capacidade de “enxergar” estas tubulações energéticas que se ocultam no corpo físico.
Outro Imperador Celeste pertencente a cultura taoista foi: Fu Shi conhecido como “Imperador Branco”, um dos quatro criadores da anteriormente citada obra: I Ching, que incluem o Rei Wen, Duque de Chou e Confúncio que posteriormente contribuiu para o desenvolvimento deste milenar oráculo. Sabedoria esta tirada dos 8 principais trigramas, que multiplicados originam 64 hexagramas, é fruto do conhecimento e meditação destes inenarráveis sábios.
Tal obra fantástica oracular pertence ao início da civilização agrícola da China e consiste num complexo sistema de possibilidades latentes dos acontecimentos indagados, subdivididos por sua vez, em seis mutações da mesma energia em um hexagrama.
Parece complicado mas nem tanto, é literatura profundamente metafísica e não religiosa, não possui personagens para o deleite e apreciação devocional, e demonstra um profundo racionalismo cercado de sábios aconselhamentos e respostas sensíveis a perguntas existenciais, ou não.
Esta é uma grandiosa e misteriosa obra que vale ser lida e explorada pela nossa sensibilidade. Tal complexo sistema só poderia ter sido criado por pessoas de extrema sensibilidade espiritual, transcendente.
A maioria dos grandiosos ensinamentos espirituais foram transmitidos inicialmente por seres “despertos” e não, necessariamente inteligentes pesquisadores em busca de reconhecimento intelectual, e com o Buda, não foi diferente.
Faça uma experiência fácil, que limpa os olhos, melhora  a visão, aumenta a concentração e o auto-conhecimento, chama-se Ekatanata;    

Sente-se confortavelmente, de frente para um espelho;
Pode ser no chão, em posição de meio-lótus, vajrásana (sentado sobre os calcanhares), vrikásana (básico) ou em uma cadeira;
A meio metro ou um metro de distância;
Coloque um ponto entre as sobrancelhas (pode ser tinta, lápis ou caneta comum);
Com uma luz baixa, focalize este ponto sem piscar, até lacrimejar;
O exercício acaba com o lacrimejamento.

Com perseverança, a permanência na posição aumenta o tempo de fixação do olhar, projetando geometricamente uma visão mais acurada, concentrada e olhos mais brilhantes, "intuição".
Ekatanata é uma limpeza (kria) do globo ocular usado no Yoga que antecede, e melhora a prática da meditação.
Pode ser praticado com um mantra de sua preferência, bija (som seminal cujo o poder espiritual tem de ser ampliado ou desvelado pela repetição, como parte de um mantra mais extenso), ou pronúncia fixa ininterrupta, somente para que o transe mental seja estabelecido e a mente não fique vagando em pensamentos (na bibliografia, indico um ótimo livro sobre mantras).
O mantra OM é adequado, mesmo porque representa o som seminal do Ajna Chakra (sexto chakra).

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